quinta-feira, fevereiro 25, 2016

A CAMPANHA DA MINHA VIDA - Revista Marketeer

Ao desafio impossível de eleger "A" CAMPANHA DA MINHA VIDA, escolhi lembrar alguns dos meus filmes de sucesso ao longo desses primeiros 20 anos de carreira. E claro, nenhum deles seria possível sem as mentes brilhantes por trás de cada um desses sucessos. E o meu obrigado também a Revista Marketeer pelo gentil convite pela voz da queridíssima Maria João Lima. Enjoy ;-) A campanha da minha vida. Tô que nem posso, tentando decidir qual é a campanha da minha vida. Depois do privilégio de ter realizado um pouco mais de mil filmes publicitários, com uma ou outra incursão no mundo da televisão e documentários, fica difícil. Vale alertar ao leitor incauto para o facto de que um realizador publicitário não goza do mesmo privilégio dos criativos, no que diz respeito a pensar de raiz uma ideia, mas a verdade é que muitas vezes está na nossa mão o sucesso da materialização dessa ideia. Uma troca justa portanto. Sendo assim... Bem-vindos ao meu Mundo Encantando das Brinquedos! Onde há mais reis e princesas do que dragões. A ler: Talvez possa escolher aquela que pôs a expressão que uso para iniciar este texto de forma espirituosa, nas bocas do mundo, tornando-se na primeiríssima campanha viral portuguesa nem sabíamos lá nós o que isso era ou viria a ser smile emoticon Ou então o filme que me fez entrar no mundo dos crescidos da publicidade, para o qual tenho imensa gratidão até hoje. Tratava-se de um spot para a Danone onde utilizamos mais de 140 máquinas fotográficas em simultâneo, vindas directamente do Japão e cujo efeito, literalmente, fazia uma pausa no agitado mundo da protagonista. Ao fundo ouvíamos na voz da Bjork: “it’s oh so quiet shhhhhhhh... shhhhhh….” E de repente o rugido de um leão que para um Benfiquista soube ao grito de uma águia! Não era a Bjork, era Cannes mesmo. Um filme que, na altura, confesso, não dei o valor merecido, pois achei-o muito simples, em plano único, contado num só fôlego. Hoje sei o quanto um realizador pode “complicar ou estragar” uma grande ideia por não ter a humildade de filmá-lo de forma simples. Mas eu também sou do tempo em que o Cristiano Ronaldo chamava-me de “mister” ex aequo mister Texxx, durante as suas primeiras filmagens de publicidade; ou quando três Reis Magos loucos colocavam a TMN no top of mind daquele ano. E quando um simpático grupo de velhinhas quase centenárias, marcaram um sorriso nos lábios dos telespectadores nacionais ao compararem preços do século passado? Aí só me apetecia gritar Sirigaita iupi iupi ai! E vocês perguntam: Porque é que dizes isso?!?! Porque tenho um carinho muito grande por todos estas memórias. Pela... isto agora podia ser capa de revista cor-de-rosa ... pela relação íntima que tive com a Popota e a Leopoldina! Um ménage-à-trois bastante “animado”, vamos colocar as coisas desse modo. Ou quando fiz o videoclip daquela boysband bem gelada que cantava “Não, oh não, não te esqueças de mim… assim...triste só e abandonado, gelado!!!” Mas de tristeza não vive o próximo filme, muito pelo contrário. A alegria foi o segredo do sucesso da Campanha “Activar a Inclusão”, que valeu, no ano passado, um Grande Prémio à causa, da qual muito me orgulho. Há muitas maneiras de matar uma ideia, mas nenhuma delas prevaleceu quando, a Fuel inverteu os papéis e ironia à parte, criou uma divertidíssima campanha para a “cliente” Show Off onde valia tudo, menos não ter graça. E agora, posso confessar uma coisa? Achei que seria mais fácil escrever este texto, por cada filme que recordei apercebi-me que ainda tenho necessidade de contar mais mil outras histórias... Bom, mas isso é outro filme, afinal vida de realizador é isto mesmo, viver empolgado com a incerteza do filme que ainda vai fazer amanhã e subestimar o trabalhão que o filme de ontem deu :))) E agora reciclando mais uma expressão famosa, não é por mim, é por ela. Pela Publicidade.