sábado, janeiro 19, 2008

HÁ MUITOS ANOS ATRÁS EXISTIA UMA TAL "REVISTA GENTLEMAN"...

E EU ARMADO EM FINO, RESOLVI DAR COM A LÍNGUA NOS DENTES. (OU AQUI NO CASO, DEIXAR OS "DEDOS À SOLTA"...)
DIVIRTAM-SE E POR FAVOR, NÃO ME LEVEM MUITO À SÉRIO...

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Sobre o Big Show, macaco Hadriano e outros cachorros mortos.

Já dizia minha avó de Trás-Os-Montes, que é covardia bater em bêbado, zarolho e em cachorro morto. Mas, perdoem-me. Eu vou fazê-lo. Não pelo puro prazer de o fazer, mas acima de tudo pela nescessidade pura e simples de o fazer...

O leitor da Gentleman nada tem haver com o facto, mas a verdade é que a TV a Cabo ainda não chegou a minha casa e por mais que eu queira, não consigo deixar de sintonizar, seja apenas por questão de segundos, o Big Show… Aliás, Big em quê? Show aonde? A ver vamos…

Pois é caro leitor, talvez você saiba, talvez não, mas a verdade é que já estou farto de ver puras cópias de programas “consagrados” brasileiros, em roupagem francamente inferior, sendo apresentado em nossas televisões sob o signo de novidades, revoluções, televisão em movimento... Aliás, Televisão em movimento, só se for atirar o aparelho janela abaixo… O lugar da televisão é na sala, no quarto, na cozinha, enganam-se os que a imaginam na casa de banho, servindo de inspiração para ser usada na retrete.

Mas eu dizia que são cópias mal feitas… Em um país como o Brasil, aonde vários canais de televisão com sinal aberto procuram chamar atenção em um mar de atrações, surgiram com o advento dos anos, vários dos programas que hoje são por cá copiados. Muitos deles, realmente revolucionários em suas épocas, novidades em suas alturas e até movimentados para os dias de então. Programas como o “Casino do Chacrinha”, “Programa Silvio Santos”,“Matéria Prima”, “Os Trapalhões”, “Xou da Xuxa”, foram importantes para a televisão brasileira e até, por que não, para todo o meio de comunicação do país. Através de alguns destes programas, comunicar tornou-se mais fácil, mais democrático. O formal cedeu lugar ao informal, e no país das desigualdades, até um vendedor de rua tornou-se num poderoso magnata da comunicação.

Mas será que alguém sabe qual é a diferença entre os dois programas de auditório, “Casino do Chacrinha” e sua cópia “Big Show Sic”?

Simples, o primeiro foi, o segundo tenta ser. Tenta ser engraçado, tenta ser verdadeiro, tenta ser dinâmico, tentar ser um reflexo do país, tenta ser… Aliás, desculpe, eu não me sinto e nem quero ser, reflectido por uma anomalia daquelas. E recuso-me acreditar que aquela seja a cara do nosso país. Mas a verdade é que os números justificam. (Em quais números devemos confiar?) Justificam que sejamos bombardeado por todos os tipos de tele-lixo com orçamentos enxutos e visual ruim, justificam que programas de qualidade duvidosa (técnicamente inclusive), sejam atirados ao ar sem o mínimo de critério e responsabilidade e que não sejam respeitadas, os diretos de autor.

Será que o grande humorísta brasileiro Chico Anysio sabe que sua “Escolinha do Professor Raimundo” está sendo plagiada pela inimaginável “Escolinha do Baião”? Preste bem atenção leitor, os nomes não soam algo parecidos? Mas a verdade é que, nunca em um presumível processo judicial, Chico Anysio poderia vir a provar que sua Escolinha fora plagiada, já que a cópia é de tão má qualidade, que qualquer juiz teria dificuldade em reconhecer a fraude, visto que nada sobrou da genialidade e inteligência de Chico Anysio, no grotesco plágio que sofre.

Mas nem só de desgraça vive o homem, e se há alguma coisa realmente interessante e verdadeira no Big Show, é sem dúvida o à vontade com que o apresentador João Baião saltita pelo decór, lembrando o mais sinceros momentos de alegria do Bambi. Aquele personagem dos filmes de animação, que bosque afora vive feliz da vida à saltar de arbusto em arbusto, à procura de uma flor para cheirar, ou de uma amizade nova para fazer. Se estas linhas servissem de pretexto para dar pontuação, sem dúvida nenhuma que João Baião mereceria nota 24. (Desta vez sou que peço perdão aos amigos portugueses que não entenderem o singelo significado do número em questão.)

De fora destas páginas ficarão outros tele-lixos assumidos como “Super Buéréré”, cópia do “Xou da Xuxa”, “Informação 4” cópia de jornalismo à sério e “Os Trapalhões em Portugal” cópia deles mesmos.

Para próxima falarei d’outros cachorros mortos e momentos tristes da televisão portuguesa. Enquanto não instalarem a minha TV a Cabo, eu aviso: Teresa Guilherme que se cuide. Falei e disse.

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Em tempo: Não corrigi e nem alterei qualquer palavra do texto original que foi publicado, tanto os erros como as "bacoradas" dizem respeito e uma outra época e não quer dizer que o meu eu de hoje concorde com o meu eu de mais ou menos 12 anos atrás...